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Mostrando postagens de 2009

O Vazio (Canção para minha Déia)

Antes de você meu vazio era tal sem tamanho e além onde mora o irreal Um vazio de alguém sem lembranças e tez um vazio do vão devaneio talvez... Depois de você cada vez que se vai meu vazio eu sei seus contornos e ais Tem nome, cor e cheiro consistente e verdadeiro meu vazio fica cheio da ausência de você!

Citando Lord Alfred Tennyson

Não temos nada além da fé: não conhecemos, pois o conhecimento vem das coisas que vemos; e, contudo, confiamos que ele vem de ti, uma luz na escuridão; deixe-a crescer. Deixe o conhecimento crescer mais e mais, mas não mais do que se prolonga a reverência em nós; que a mente e a alma, trabalhando juntas, possam fazer uma música como a de antes, mas que seja ainda maior."

Citando Martin Buber

"...Eu não sou capaz de dar uma explicação suficientemente perfeita; não é uma questão de falta de habilidade, da minha parte, de pensar, mas uma característica peculiar e real da minha relação com quem confio ou com o que acredito ser verdadeiro. É uma relação que, por sua natureza, não está baseada em 'razões'... É claro que pode haver razões que a impulsionem, porém elas nunca serão suficientes para justificar a minha fé... A minha racionalidade, o meu poder racional de pensamento, são apenas parte, uma função particular da minha natureza; no entanto, nos momentos em que 'acredito'.. . todo o meu ser se envolve, a totalidade da minha natureza entra no processo e, na verdade, isso se faz possível apenas porque o relacionamento de fé é um relacionamento ao qual o meu ser se entrega por completo. Mas, neste sentido, a totalidade pessoal apenas pode se envolver por completo se a função integral do pensamento, sem qualquer tipo de resistência, também se envolver...&q

Para quem tem certeza absoluta que tem toda certeza

A pretensão de uma fé absoluta, que não dá espaço para dúvidas, fechada, esfomeada por certezas é no mínimo ingênua. Compartilho com vocês alguns problemas relativos ao conhecimento e à crença por Brian McLaren em seu livro Em busca de uma fé que faz sentido. 1. Você já esqueceu alguma coisa – um encontro, um aniversário importante, um objeto em uma loja, onde você deixou a carteira ou as chaves? Você já sofreu algum acidente de carro cuja culpa foi sua – por conta de um lapso de atenção ou de julgamento? Se a sua mente é capaz de ter lapsos relevantes de memória ou de ser responsável por acidentes sérios, como você acha que pode confiar nela? 2. Você acha possível estar tão fora de si que todos percebem, menos você? Você acha possível que todo mundo esteja apenas brincando com você, fingindo que vocÊ é normal, mas na verdade você está totalmente fora da realidade? Ou talvez sonhando. Talvez você seja uma personagem de sonho de alguém, e aí é lógico, que tudo isso parece rea

Soneto da Prece

Meus olhos distraídos e cansados repousam sobre a graça de Deus Meus lábios traídos por fonemas emudecem, ao mistério fazem jus... Diante do Eterno e do Amigo palavra não se faz obrigação silêncio não irrita, nem apressa o encontro que já é adoração Pensamento e coração fazem prece suspiro e murmúrio, oração respiro a companhia do sagrado ouço a Voz do Pai há muito declarada que ressoa em meu peito e consciência: "você é meu filho amado!" Márcio Cardoso

"Variação" (Márcio Cardoso) - Música nova!

Às vezes me sinto qual despedida Hiato entre o sim e o talvez Às vezes me sinto feito saudade Um cheiro de vida e adeus Às vezes me sinto nublado e frio Ora completo, ora vazio Sou dias de flores, de sóis, de amores Às vezes somente um nó! Às vezes sou festa, sou dança e canção Ora se cala o meu coração Mas todas as vezes, sem variação Eu sou querido de Deus! Às vezes sou pedra, coluna e rio Ora incerteza, vexame e arrepio Mas todas as vezes, de graça e paixão Eu sou amado de Deus Eu sou um filho de Deus

Linhas do livro "Trem nuturno para Lisboa", de Pascal Mercier.

"Ela riu [ao telefone] como ele nunca a havia escutado rir, sem aquele jeito de princesa. Foi uma risada contagiante e ele também riu, surpreso com a leveza inaudita, para ele desconhecida, da sua risada. Riram em uníssono durante um instante, um provocando o riso do outro, continuamente rindo, o motivo não importava, só o riso, era como andar de trem, como a sensação de rodas sobre trilhos, um ruído carregado de aconchego e de futuro, que ele desejou que nunca mais acabasse."

A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)

A porta da verdade estava aberta, Mas só deixava passar Meia pessoa de cada vez. Assim não era possível atingir toda a verdade, Porque a meia pessoa que entrava Só trazia o perfil de meia verdade, E a sua segunda metade Voltava igualmente com meios perfis E os meios perfis não coincidiam verdade... Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta, Chegaram ao lugar luminoso Onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades Diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. Nenhuma das duas era totalmente bela E carecia optar. Cada um optou conforme Seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Programa Plataforma

Indico com paixão o site do PLATAFORMA! O PLATAFORMA é um espaço generoso para músicos cristãos que não têm a mega estrutura de uma gravadora ou igreja. O cenário musical evangélico não é apenas isso que vemos e ouvimos nas grandes mídias. Quem visita o PLATAFORMA têm acesso a outras linguagens, abordangens, estilos... outro jeito de falar da fé! O Reino de Deus conta com a nossa diversidade, e o PLATAFORMA tem sido um veículo para garimpar o que estava escondio para muitos! O programa é muito bem gravado, áudio, vídeo, fotografia, maquiagem... o pessoal faz com excelência! Quem tem olhos para ver, ouvidos para ouvir acesse www.plataforma.art.br e sirva-se de beleza!

Um recorte de Pascal Mercier em o TREM NOTURNO PARA LISBOA - Ed. Record.

O que eu parecia e mostrava ser – pensei – nunca o havia sido, nem um único minuto da minha vida. Não o havia sido na escola, nem na universidade, nem no consultório. Será que com os outros acontecia o mesmo? Será que ninguém se reconhece no seu exterior? Será que a imagem refletida lhes parece um cenário de deformações grosseiras? Será que se apercebem com horror de um abismo que se abre entre a percepção que os outros têm deles e a forma como eles se veem? Que a intimidade interior e a intimidade exterior podem se afastar de tal maneira que acaba por tornar-se quase impossível considerá-las com intimidade com o mesmo ser? A distância em relação aos outros para a qual nos transporta essa consciência torna-se ainda maior quando compreendemos que a nossa imagem exterior não surge aos outros como aos nossos próprio olhos. Não vemos as pessoas como vemos casas, árvores ou estrelas. Vemo-las na expectativa de as encontrarmos de uma determinada maneira, transformando-as, assim, em um pedaço

Um parágrafo de Muriel Barbery em "A elegância do ouriço"

A estética, se refletirmos um pouco a sério, nada mais é que a iniciação à Via da Adequação, uma espécie de Via do Samurai aplicada à intuição das formas autênticas. Todos nós temos implantado em nós o conhecimento do adequado. É ele que, a cada instante da existência, nos permite captar sua qualidade e, nessas raras ocasiões em que tudo é harmonia, desfrutá-la com a intensidade requerida. E não falo dessa espécie de beleza que é o domínio exclusivo da Arte. Os que, como eu, são inspirados pela grandeza das pequenas coisas a perseguem até no coração do não-essencial, onde, revestida de trajes cotidianos, ela brota de um certo ordenamento das coisas ordinárias e da certeza de que é como deve ser , da convicção de que é bem assim.

Mais um gole de beleza de Muriel Barbery.

“Quando fomos embora [do asilo], depois de ter beijado vovó e prometido voltar logo, minha irmão disse: ‘É, vovó parece bem instalada. Quanto ao resto... vamos nos apressar para esquecer isso bem depressa’. Não vamos fazer picuinha com o ‘apressar bem depressa’, o que seria mesquinho, e concentremo-nos na idéia: esquecer aquilo bem depressa. Ao contrário, não se deve de jeito nenhum esquecer aquilo. Não se devem esquecer os velhos de corpos estragados, os velhos que estão pertinho de uma morte em que os jovens não querem pensar (por isso confiam ao asilo o cuidado de levar seus parentes, sem escândalo nem aborrecimentos), a inexistente alegria dessas derradeiras horas que deveriam ser aproveitadas a fundo e que são padecidas no tédio, na amargura e na repetição. Não se deve esquecer que o corpo definha, que os amigos morrem, que todos nos esquecem, que o fim é solidão. Esquecer muito menos que esses velhos foram jovens, que o tempo de uma vida é irrisório, que um dia temos vinte anos e

Um pouco de "Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery

"... é a primeira vez que encontro alguém que procura as pessoas e que vê além. Isso pode parecer trivial, mas acho, mesmo assim , que é profundo. Nunca vemos além de nossas certezas e, mais grave ainda, renunciamos ao encontro, apenas encontramos a nós mesmos sem nos reconhecer nesses espelhos permanentes. Se nos déssemos conta, se tomássemos consciência do fato de que sempre olhamos apenas para nós mesmos no outro, que estamos sozinhos no deserto, enlouqueceríamos. Quando minha mãe oferece petitsfours da casa ladurée à sra. de Brolglie, conta a si mesma a história de sua vida e apenas mordisca seu próprio sabor; quando papai toma café e lê jornal, contempla-se num espelho do gênero manual de autoconvencimento; quando Colombe fala das aulas de Marian, deblatera sobre seu próprio reflexo, e, quando as pessoas passam diante da concierge [zeladora/porteira], só vêem o vazio porque ali não se reconhecem. De meu lado, suplico ao destino que me conceda a chance de ver além de mim mesma

a música de minhas férias: "É o que me interessa", de Lenine e Dudu Falcão.

Daqui desse momento do meu olhar pra fora o mundo é só miragem a sombra do futuro a sobra do passado assombram a paisagem Quem vai virar o jogo e transformar a perda em nossa recompensa quando eu olhar pro lado eu quero estar cercado só de quem me interessa Às vezes é o instante a tarde faz silêncio o vento sopra a meu favor às vezes eu pressinto e é como uma saudade de um tempo que ainda não passou Me traz o seu sossego atrasa o meu relógio acalma minha pressa me dá sua palavra sussurra em meu ouvido só o que me interessa A lógica do vento o caos do pensamento a paz na solidão a órbita do tempo a pausa do retrato a voz da intuição A curva do universo a fórmula do acaso o alcance da promessa o salto do desejo o agora e o infinito só o que me interessa

PARADOXOS

Sábado passado toquei no ArteSã, evento promovido pelo Instituto Ser Adorador (www.seradorador.com.br). Tive o prazer de ser acompanhado pelo Robertinho Marçal na batera, Júnior Finnis no baixo, Robson Anjinho no teclado e Rafael Magoo na guitarra. Confiram a música!

SABOREAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO.

Existir não é sinônimo de viver. Existir é “viver porque a vida dura”, citando Fernando Pessoa. Viver de verdade é sugar a seiva dos dias. Existir é empurrar a vida com a barriga. Leviano. Viver é saborear os frutos que a vida dá. Carpe Diem!(colha o dia!). Saborear é preciso, viver não é preciso. O que é necessário mesmo na vida é desfrutar. Viver por viver já é a morte. Vida com sabor é vida abundante! Para viver uma vida boa não basta apenas possuir coisas, é necessário usufruí-las (aliás, eu posso usufruir sem possuir!). Para viver bem não basta estar cercado de pessoas amadas, é preciso cultivar e desfrutar desse amor. Viver apenas para “cumprir tabela” é viver sem apetite. É ter uma família linda, mas não saber brincar com os filhos e namorar o parceiro; comer um prato delicioso sem sentir o gosto; ter uma vastidão de livros, mas não se deleitar com aquele que está lendo; ter uma casa maravilhosa, mas nunca “chegar para pousar”; ter uma pessoa leal bem próximo, mas não ter por el

O que Deus falou?

Uma vez falou Deus E eu ouvi uma, duas, três, quatro... vezes. E ainda ouço. Ouço vários ecos de mensagens Traduzo vários sons de significado E assim vou ouvindo: uma aventura–interpretativa–progressiva. Queria Deus dizer uma sentença? Não alcanço. Não ouço o que Ele disse. Quem poderia fazê-lo? Já teria esgotado Deus. Não. Ouço a Revelação em série harmônica – Freqüências moduladas, timbre inconfundível. E quando Deus fala, eu peço socorro. Socorro às imagens, à criatividade, aos símbolos... Socorro ao Espírito Santo Que me sopra uma outra linguagem, outras visões, outros signos Pois o que Deus falou foi uma polifonia! E como que para ampliar o Inampliável A sua Voz se encarnou em Jesus Cristo A comunicação apaixonadamente profusa, corajosamente humana, verdadeiramente livre O Verbo empresta cenários, cenas, histórias Apela aos sentidos. Cor, mente, sabor, coração, textura, odor... E o Sagrado Dizer perpassa em entrelinhas, entre sons, entre imagens. ... E eu já não me aproximo da Ver

Crucificaram a Palavra. Assassinaram a Imaginação (Ressonância ao texto do Elienai, "A Imaginação Divina")

No princípio Deus imaginou... O homem narrou o que percebeu A um amigo que contou ao seu amigo que recontou também... Escreveram a Revelação E os copistas trabalharam Os observantes aprenderam de cor a Torá... Na seqüência Deus se imagina gente... Palavra nua e crua, suor e sangue Com textura, cheiro e sabor, ao vivo e a cores A Verdade é amiga de pecadores! O Verbo conjuga metáforas, parábolas, hipérboles, trocadilhos... E o Outro Ajudador convida às visões, aos sonhos e às outras línguas Anotaram o Logos em pergaminho Os tradutores traduziram E a imprensa acorrentou Cartesianizaram e o sistematizaram Saturaram as Escrituras até não mais poder Crucificaram a Palavra Assassinaram a imaginação... ... E a Palavra à beira do caminho Espera um novo dizer Parceiros de quimera Contadores de histórias Poetas, profetas, utópicos e loucos Corações alados que descolem as Sagradas Letras Para lerem as Sagradas Imagens.

Se quiserem descobrir um novo sabor ao ler a Bíblia, leiam este texto do Elienai Júnior.

A IMAGINAÇÃO DIVINA Tão logo aconteceu, ainda nos primeiros instantes do ofício de pregador, desdenhei do que entendia como uma distração, ou superficialidade de muitos de meus ouvintes. Após um longo (e chato?) sermão, marcado por uma construção cuidadosa de conceitos, desembocando em uma conclusão bem assentada, ficavam apenas, como marcas distintivas, ou as comparações, ou as histórias ilustrativas, ou poesias, ou citações de filmes, ou músicas, utilizados como coadjuvantes do grande conceito. O brilho afetivo da poesia ofuscava levianamente a importância moral das asserções. Hoje, menos ocupado em me auto-afirmar, descrente da relação entre o que digo e o que sou, rendo-me. As pessoas não pensam através de conceitos. Pensam através de imagens. Palavra boa é palavra imaginada. (leiam o restante desde texto no blog www.elienaijr.wordpress.com)

MISSÃO COM CARA DE OMISSÃO

A grande maioria dos evangélicos pensa a evangelização em termos de proselitismo. Evangelizar para muitos protestantes é converter o outro, o diferente, a cultura à sua cosmovisão religiosa; fazer missão é tornar o não evangélico em evangélico, convencer aquele que está “do lado de lá” a vir para o “lado de cá” sob pena de ir para o inferno. Para muitos crentes a motivação de levar as boas novas é para que Deus não lhes cobre o sangue dos “condenados”! Todas as conseqüências que podemos imaginar a partir disso podem levar o nome de intolerância. Jesus anda por outros caminhos da missão. Evangelizar para Jesus não é um processo de aculturação; não é uma tarefa para ajuntar adeptos em torno de si; missão para Jesus não é conceder um passaporte para o céu. Em alguns casos Cristo age de maneira intrigante. Para o moço geraseno Cristo diz “não precisa me seguir, vai para a sua casa”. Aqueles que foram curados pelo Mestre ouviram dele “não conte a ninguém o que lhe aconteceu”. Ao encontrar p

Paradoxos

O Eterno entre nós O Forte, frágil numa cruz O Homem Deus O Verbo sem palavras Segredo revelado Em mistérios e metáforas Riqueza insondável Dentro do meu coração Aquele que criou O universo foi gerado Aquele que se basta Abandonado se sentiu O Deus onipotente Sofre e chora a dor dos seus O Grande Ausente É companhia doce e ardente Deus é a saudade Em cada povo, raça e tribo Que está presente Em cada história, prece e língua A soma dos desejos De quem clama ou se cala O Nome que é sem nome A quem todos, Mesmo inconscientes, chamam... O Deus que olho nenhum viu No rosto do meu irmão Verdade inacessível Na boca de cada um O Deus que olho nenhum viu No rosto do meu irmão O Deus sem braço, perna e cor Se expressa através de nós (Márcio Cardoso)

Um poema de Walt Whitman, poeta norte americano.

Alguém pedindo pra ver a alma? Veja sua própria forma e seu semblante, Pessoas, bichos, plantas, Os rios de águas correntes, as pedras e as areias, Tudo retém os júbilos do espírito E os libera a seguir... Quero fazer poemas das coisas materiais pois imagino que esses hão de ser os poemas de mais espiritualidade, e farei poemas do meu corpo e do que há de mortal, pois acredito que eles me trarão os poemas da alma e da imortalidade.

Deus e a Beleza (Rubem Alves)

Tudo o que vive é pulsação do sagrado. As aves dos céus, os lírios dos campos... Até o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é uma música do Grande Mistério. É preciso esquecer os nomes de Deus que as religiões inventaram para encontrá-lo sem nome no assombro da vida. Reverência pela vida: é a forma mais alta de oração. Sem nome... O nome de Deus não pode ser pronunciado... Não precisamos dizer o nome "rosa" para sentir seu perfume. Não precisamos dizer o nome "mel" para sentir sua doçura. Muitas pessoas que jamais pronunciam o nome de Deus o conhecem como reverência pela vida. Há pessoas que se sentem religiosas por acreditar em Deus. De que vale isso? Os demônios também acreditam e estremecem ao ouvir seu nome. A pergunta não deveria ser "você acredita em Deus?", mas "você se comove com a beleza?" Deus nunca foi visto por ninguém. Ele se mostra na experiência da beleza. (do livro "Perguntaram-me se acredito em Deus". Edito

O ESCÂNDALO DA CRUZ!

“Pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo”. (1Co 1.23) Uma cena nos Evangelhos que me toca especialmente é o sepultamento de Jesus! José, da cidade de Arimatéia, membro importante do Sinédrio e Nicodemos, um dos fariseus, desceram o corpo morto de Jesus da cruz, enrolaram-no em lençóis de linho com aromas e o depositaram num sepulcro novo em um jardim próximo ao Gólgota. Que cena comovente! Que experiência carregada de humanidade e paixão! Imagino que um coquetel de sentimentos fervia na chaleira de suas almas... O que se passava na mente de José de Arimatéia, seguidor de Jesus até então anônimo, ao tomar no colo o corpo desfigurado de Cristo coberto de sangue, pó, suor e lágrimas? E Nicodemos, que ficou com um nó na mente depois do encontro cheio de metáforas com Jesus, o que sentiu quando limpava as feridas de Cristo e o enrolava num lençol de linho? A especulação é infinita, tanto quanto nossa imaginação pode alcançar! É possível que aquele perfume tenha sido

O Imprevisível

Lá vem o tempo Irreal, provisório Lá vem o improvável O virgem e o nada Tudo por vir a ser O imaginado O que se tem idéia O que virá ou não... Lá vem o outro Com a cara e a coragem Lá vem liberdade Surpresa e vontade Vem não sei de onde E o que traz na bagagem Comigo vai se encontrar Vem camarada ou não... Lá vem Aquele que já chegou O Eterno e presente Deus entre nós Mistério e segredo Aquele que é Hoje e amanhã Se houver o amanhã ou não... Vou no caminho Do tempo e do outro Sou sombras e luzes Um ser incompleto E sigo tentando Imprevisível Andante e trovador Se a vida sorrir ou não... (Márcio Cardoso - 15/01/2009)

Algumas linhas sobre a interpretação da Bíblia (Repintando a Igreja, de Rob Bell)

A interpretação [da Bíblia] de qualquer pessoa é nada mais nada menos que sua interpretação particular. Ninguém é objetivo. A idéia de que todo mundo, menos eu, estuda a Bíblia com bagagem, programas e lentes culturais é o supra-sumo da arrogância. Achar que eu posso ler a Bíblia simplesmente, sem ler nada de minha própria cultura ou ambiente, nem ler o que já se escreveu sobre ela, e extrair o sentido “puro” ou “preciso” não só é inverídico, mas também acarreta uma leitura muito destrutiva da Bíblia, que lhe furta a vida e a energia. Costumo ouvir muita gente dizer que sua igreja está crescendo por que ali “ensina-se somente a Bíblia”. Como se as outras igrejas não fizessem também isso. E que dizer das igrejas que ensinam a Bíblia e encolhem? A igreja que cresce em números talvez esteja crescendo por uma série de razões, mas a razão “ensinar somente a Bíblia” significa que eles estão ensinando uma determinada interpretação da Bíblia. Não são objetivos, não estão ensinando exatamente o