A pretensão de uma fé absoluta, que não dá espaço para dúvidas, fechada, esfomeada por certezas é no mínimo ingênua.
Compartilho com vocês alguns problemas relativos ao conhecimento e à crença por Brian McLaren em seu livro Em busca de uma fé que faz sentido.
1. Você já esqueceu alguma coisa – um encontro, um aniversário importante, um objeto em uma loja, onde você deixou a carteira ou as chaves? Você já sofreu algum acidente de carro cuja culpa foi sua – por conta de um lapso de atenção ou de julgamento? Se a sua mente é capaz de ter lapsos relevantes de memória ou de ser responsável por acidentes sérios, como você acha que pode confiar nela?
2. Você acha possível estar tão fora de si que todos percebem, menos você? Você acha possível que todo mundo esteja apenas brincando com você, fingindo que vocÊ é normal, mas na verdade você está totalmente fora da realidade? Ou talvez sonhando. Talvez você seja uma personagem de sonho de alguém, e aí é lógico, que tudo isso parece real, já que a imaginação da outra pessoa permite que você pense que tudo é real. Como você sabe que estas possibilidades não são reais?
3. Dizem que os esquimós têm dezenas de palavras para descrever a neve. Eles jamais pensariam em dizer algo como “está nevando”, da mesma forma que não diríamos “está precipitando” ou “o tempo está acontecendo”. A afirmação é simplesmente genérica demais para ser usada por eles. A especificidade idiomática deles faz com que enxerguem diferenças entre os tipos de precipitação de cristais congelados sobre as quais nenhum de nós sequer ouviu falar. Da mesma forma, é possível que a minha língua me impeça de perceber muitas distinções espirituais ou realidades que outras pessoas que falam outras línguas podem apreender? E você acha que é possível que, em linhas gerais, a linguagem humana possa condicionar os nossos pensamentos em uma rotina que nos impeça de conhecer a realidade a partir de outros caminhos alternativos – talvez até mais verdadeiros ou completos? É possível treinar a nossa mente para que ela vá além dos limites normais estabelecidos pela nossa língua?
4. Antigamente, todo mundo “sabia” que a terra era plana. Antes de Galileu, todo mundo “sabia” que o sol girava em torno da terra. Antes de Darwin, todo mundo “sabia” que a terra foi criada em seis dias, por volta de 4004 antes de Cristo. Antes da Guerra Civil, muitas pessoas “sabiam” que a escravidão era absolutamente justificável. Como podemos saber se muitas das coisas que julgamos saber hoje não serão comprovadamente falsas no futuro?
5. depois do julgamento, nos Estados Unidos em meados de 1990, de O. J. Simpson por assassinato, evento amplamente divulgado, a maioria das pessoas da mesma raça do acusado “sabia” que ele era inocente, enquanto que a maioria das pessoas de outras raças “sabia” que ele era culpado. Todos haviam tomado conhecimento das mesmas evidências objetivas, mas a interpretação subjetiva da cada uma das pessoas foi, ao menos em alguns casos, influenciada por seu passado. Como podemos saber se o nosso passado não vai interferir na nossa capacidade de sermos objetivos e justos?
6. A maior parte das pessoas que cresceu em um contexto religioso particular acredita que a religião é sinônimo de verdade. Se você nasceu na Índia, provavelmente vai “saber” que o hinduísmo é a verdadeira religião. Se nasceu na América do Norte ou na Guatemala, a religião verdadeira provavelmente será o cristianismo. Se você fizer parte de uma família de intelectuais franceses, será agnóstico ou ateu e se estiver no Irã, será islâmico. Se estiver em Israel, sua religião será o judaísmo. Há exceções, mas parece claro que a maioria das pessoas escolhe as suas crenças com base na aceitação social, pressão dos pares e outros fatores, mais do que com base em uma investigação independente e sensata da evidência objetiva. Quantas das coisas que “sabemos” simplesmente refletem as normas dadas pelos grupos aos quais pertencemos?
7. o conhecimento científico é baseado em experimentação contínua. À medida que aumentam os dados disponíveis e que as hipóteses “funcionam”, depois de repetidos testes, dá-se um salto indutivo de resultados específicos para generalizações, que passam a ser aceitas como “conhecimento”. Uma coisa pode ser considerada verdadeira pelo fato de funcionar de forma consistente?
Compartilho com vocês alguns problemas relativos ao conhecimento e à crença por Brian McLaren em seu livro Em busca de uma fé que faz sentido.
1. Você já esqueceu alguma coisa – um encontro, um aniversário importante, um objeto em uma loja, onde você deixou a carteira ou as chaves? Você já sofreu algum acidente de carro cuja culpa foi sua – por conta de um lapso de atenção ou de julgamento? Se a sua mente é capaz de ter lapsos relevantes de memória ou de ser responsável por acidentes sérios, como você acha que pode confiar nela?
2. Você acha possível estar tão fora de si que todos percebem, menos você? Você acha possível que todo mundo esteja apenas brincando com você, fingindo que vocÊ é normal, mas na verdade você está totalmente fora da realidade? Ou talvez sonhando. Talvez você seja uma personagem de sonho de alguém, e aí é lógico, que tudo isso parece real, já que a imaginação da outra pessoa permite que você pense que tudo é real. Como você sabe que estas possibilidades não são reais?
3. Dizem que os esquimós têm dezenas de palavras para descrever a neve. Eles jamais pensariam em dizer algo como “está nevando”, da mesma forma que não diríamos “está precipitando” ou “o tempo está acontecendo”. A afirmação é simplesmente genérica demais para ser usada por eles. A especificidade idiomática deles faz com que enxerguem diferenças entre os tipos de precipitação de cristais congelados sobre as quais nenhum de nós sequer ouviu falar. Da mesma forma, é possível que a minha língua me impeça de perceber muitas distinções espirituais ou realidades que outras pessoas que falam outras línguas podem apreender? E você acha que é possível que, em linhas gerais, a linguagem humana possa condicionar os nossos pensamentos em uma rotina que nos impeça de conhecer a realidade a partir de outros caminhos alternativos – talvez até mais verdadeiros ou completos? É possível treinar a nossa mente para que ela vá além dos limites normais estabelecidos pela nossa língua?
4. Antigamente, todo mundo “sabia” que a terra era plana. Antes de Galileu, todo mundo “sabia” que o sol girava em torno da terra. Antes de Darwin, todo mundo “sabia” que a terra foi criada em seis dias, por volta de 4004 antes de Cristo. Antes da Guerra Civil, muitas pessoas “sabiam” que a escravidão era absolutamente justificável. Como podemos saber se muitas das coisas que julgamos saber hoje não serão comprovadamente falsas no futuro?
5. depois do julgamento, nos Estados Unidos em meados de 1990, de O. J. Simpson por assassinato, evento amplamente divulgado, a maioria das pessoas da mesma raça do acusado “sabia” que ele era inocente, enquanto que a maioria das pessoas de outras raças “sabia” que ele era culpado. Todos haviam tomado conhecimento das mesmas evidências objetivas, mas a interpretação subjetiva da cada uma das pessoas foi, ao menos em alguns casos, influenciada por seu passado. Como podemos saber se o nosso passado não vai interferir na nossa capacidade de sermos objetivos e justos?
6. A maior parte das pessoas que cresceu em um contexto religioso particular acredita que a religião é sinônimo de verdade. Se você nasceu na Índia, provavelmente vai “saber” que o hinduísmo é a verdadeira religião. Se nasceu na América do Norte ou na Guatemala, a religião verdadeira provavelmente será o cristianismo. Se você fizer parte de uma família de intelectuais franceses, será agnóstico ou ateu e se estiver no Irã, será islâmico. Se estiver em Israel, sua religião será o judaísmo. Há exceções, mas parece claro que a maioria das pessoas escolhe as suas crenças com base na aceitação social, pressão dos pares e outros fatores, mais do que com base em uma investigação independente e sensata da evidência objetiva. Quantas das coisas que “sabemos” simplesmente refletem as normas dadas pelos grupos aos quais pertencemos?
7. o conhecimento científico é baseado em experimentação contínua. À medida que aumentam os dados disponíveis e que as hipóteses “funcionam”, depois de repetidos testes, dá-se um salto indutivo de resultados específicos para generalizações, que passam a ser aceitas como “conhecimento”. Uma coisa pode ser considerada verdadeira pelo fato de funcionar de forma consistente?
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