Pular para o conteúdo principal

Um pouco de "Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery

"... é a primeira vez que encontro alguém que procura as pessoas e que vê além. Isso pode parecer trivial, mas acho, mesmo assim , que é profundo. Nunca vemos além de nossas certezas e, mais grave ainda, renunciamos ao encontro, apenas encontramos a nós mesmos sem nos reconhecer nesses espelhos permanentes. Se nos déssemos conta, se tomássemos consciência do fato de que sempre olhamos apenas para nós mesmos no outro, que estamos sozinhos no deserto, enlouqueceríamos. Quando minha mãe oferece petitsfours da casa ladurée à sra. de Brolglie, conta a si mesma a história de sua vida e apenas mordisca seu próprio sabor; quando papai toma café e lê jornal, contempla-se num espelho do gênero manual de autoconvencimento; quando Colombe fala das aulas de Marian, deblatera sobre seu próprio reflexo, e, quando as pessoas passam diante da concierge [zeladora/porteira], só vêem o vazio porque ali não se reconhecem. De meu lado, suplico ao destino que me conceda a chance de ver além de mim mesma e encontrar alguém."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Pureza de coração é desejar uma única coisa" (Sören Kierkegaard). Inspirado nessa verdade escrevi esta canção.

O Único Necessário Venha lapidar o meu querer possa meus desejos converter já sei o que pra mim é elementar mas luto contra o mal que perto está! Muitas são as fontes pra beber que distraem o meu interior de todas essas quero me abster - suspira o meu ser pelo Senhor! Tu és o meu único Desejo realmente nobre e necessário o jejum de ti é imprudência o seu rumo encontra a falência És Jesus, o Pão que me dá Vida Água que da Sede me sacia o Endereço certo da chegada Casa boa pra minha pousada!

Dúvida (Bartolomeu Campos de Queirós)

Dúvida (BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS) "É só a dúvida que nos une, que nos aproxima. É só disso que precisamos. Precisamos de amparo com a nossa dúvida. E a literatura nos ampara. Tenho muito medo da verdade. Não acredito que haja nada verdadeiro. Tive um professor de filosofia, o padre Henrique Vaz, para quem eu perguntei “o que era a fé”. Ele me respondeu que a fé é a dúvida. Tem dias que você tem muita, tem dias que tem pouca, tem dias que não tem nenhuma. Isso se chama fé, porque nos é possível somente a dúvida. Hoje, estamos com muita gente encontrando a verdade. Quando uma pessoa encontra a verdade, a única coisa que ela adquire é a impossibilidade de escutar o outro. Ela só fala, não escuta mais. Quem encontra a verdade só fala."

A Inveja da Morte

"A inveja da Morte" faz parte de um Pocket show autora que chamei de Poema Musical "O Amor em 5 atos". Essa obra canta algumas das estações de um relacionamento que vai desde a paixão, encontra a maturidade, enfrenta o medo da morte, passa pelos desencontros e celebra o objeto de amor. Em meu canal do YouTube você pode assistir as outras canções. Espero que goste! https://www.youtube.com/watch?v=24Kl-H5_mWI