Jesus é o mestre das palavras. Usa-as como ninguém: metáforas, parábolas, hipérboles, ironias... Ele é o próprio Verbo que estava no princípio, fez-se carne e morou entre nós!
Fico admirado com as sacadas que Jesus tem nos seus encontros com as pessoas e seu discernimento quanto ao uso da palavra.
No encontro com a mulher do poço Jesus usa as palavras mais adequadas: “água da vida”, “beber”, “saciar”, “sede”, e assim redireciona a sede física da mulher (de água e de intimidade) para a sede espiritual.
No capítulo 6 de João o Mestre usa as palavras “fome”, “pão”, “comida” quando o interesse da multidão era o pão material. Assim, numa rítmica pulsante cheia de arte, Jesus conduz os ouvintes à necessidade do Pão que dá vida.
Na cura de um cego de nascença (Jo 9) o Poeta Maior usa as expressões “luz do mundo”, “cegos vejam”, “...os que vêem se tornem cegos” como metáfora de uma realidade que tem outros olhos... (“o essencial é invisível aos olhos!”).
Enfim, as imagens criadas por Jesus, os trocadilhos, a poética, tudo indica que o Verbo verdadeiramente se encarnou.
Quando descobri que o antídoto para quem é picado por cobras venenosas é fabricado do próprio veneno da cobra, lembrei de Jesus e sua arte de comunicar!
Lamento dizer que nos falta essa habilidade de “tirar o antídoto do veneno”; de converter o que é mortal naquilo que dá vida; garimpar na palavra ordinária a Palavra rara; enxergar o príncipe no sapo, a Imago Dei no pecador.
Penso que a realidade do mundo, o pecado e a compulsão do homem moderno, ao invés de serem burilados por nós para uso do bem acabam nos driblando, fazendo-nos excludentes e insensíveis, com mensagens piegas e impertinentes que nada têm a ver com os temas, os dramas dos mortais. Ao invés de “encarnarmos” e habitarmos entre os homens, nós nos “desencarnamos” e vivemos nos guetos religiosos; ao invés de nos humanizarmos como fez Deus, nós nos “endeusamos” como tentou o Diabo!
Quem sabe se a compulsão pelo sexo do indivíduo que o leva à pornografia não é no fundo sede de intimidade, de toque humano! Quem sabe se a busca desenfreada do pós-moderno pelo o sucesso não é na verdade sede de ser notado, percebido! E o arrogante o que será que esconde? O que diz o mentiroso, o iracundo, o soberbo, o invejoso? Qual será a “palavra-bússula” dos adolescentes?
Toda pessoa tem sede pelo Transcendente, mas muitos procuram em fontes equivocadas. Em última análise todos buscam Deus, mas não sabem a quem buscam. Creio que nossa missão é redirecionar a sede que o homem tem a partir da palavra que lhe é comum. A própria pessoa nos dará os elementos da parábola a ser contada, da metáfora a ser usada. E então aprenderemos outra exegese – a que não se encontra nos livros...
Esse novo conhecimento, novo estudo, requer também esmero, envolvimento, mas não é uma exegese cartesiana, fechada, linear, fria, com fórmulas gerais. É contingente, pulsante e humana. Necessário é chegar junto, tocar, ter olhos para ver, ouvidos para ouvir, braços para abraçar e coração para sentir.
Não entendo outra maneira de fazer teologia senão essa que o Mestre nos ensina: conviver, encarnar, humanizar e poetizar!
Fico admirado com as sacadas que Jesus tem nos seus encontros com as pessoas e seu discernimento quanto ao uso da palavra.
No encontro com a mulher do poço Jesus usa as palavras mais adequadas: “água da vida”, “beber”, “saciar”, “sede”, e assim redireciona a sede física da mulher (de água e de intimidade) para a sede espiritual.
No capítulo 6 de João o Mestre usa as palavras “fome”, “pão”, “comida” quando o interesse da multidão era o pão material. Assim, numa rítmica pulsante cheia de arte, Jesus conduz os ouvintes à necessidade do Pão que dá vida.
Na cura de um cego de nascença (Jo 9) o Poeta Maior usa as expressões “luz do mundo”, “cegos vejam”, “...os que vêem se tornem cegos” como metáfora de uma realidade que tem outros olhos... (“o essencial é invisível aos olhos!”).
Enfim, as imagens criadas por Jesus, os trocadilhos, a poética, tudo indica que o Verbo verdadeiramente se encarnou.
Quando descobri que o antídoto para quem é picado por cobras venenosas é fabricado do próprio veneno da cobra, lembrei de Jesus e sua arte de comunicar!
Lamento dizer que nos falta essa habilidade de “tirar o antídoto do veneno”; de converter o que é mortal naquilo que dá vida; garimpar na palavra ordinária a Palavra rara; enxergar o príncipe no sapo, a Imago Dei no pecador.
Penso que a realidade do mundo, o pecado e a compulsão do homem moderno, ao invés de serem burilados por nós para uso do bem acabam nos driblando, fazendo-nos excludentes e insensíveis, com mensagens piegas e impertinentes que nada têm a ver com os temas, os dramas dos mortais. Ao invés de “encarnarmos” e habitarmos entre os homens, nós nos “desencarnamos” e vivemos nos guetos religiosos; ao invés de nos humanizarmos como fez Deus, nós nos “endeusamos” como tentou o Diabo!
Quem sabe se a compulsão pelo sexo do indivíduo que o leva à pornografia não é no fundo sede de intimidade, de toque humano! Quem sabe se a busca desenfreada do pós-moderno pelo o sucesso não é na verdade sede de ser notado, percebido! E o arrogante o que será que esconde? O que diz o mentiroso, o iracundo, o soberbo, o invejoso? Qual será a “palavra-bússula” dos adolescentes?
Toda pessoa tem sede pelo Transcendente, mas muitos procuram em fontes equivocadas. Em última análise todos buscam Deus, mas não sabem a quem buscam. Creio que nossa missão é redirecionar a sede que o homem tem a partir da palavra que lhe é comum. A própria pessoa nos dará os elementos da parábola a ser contada, da metáfora a ser usada. E então aprenderemos outra exegese – a que não se encontra nos livros...
Esse novo conhecimento, novo estudo, requer também esmero, envolvimento, mas não é uma exegese cartesiana, fechada, linear, fria, com fórmulas gerais. É contingente, pulsante e humana. Necessário é chegar junto, tocar, ter olhos para ver, ouvidos para ouvir, braços para abraçar e coração para sentir.
Não entendo outra maneira de fazer teologia senão essa que o Mestre nos ensina: conviver, encarnar, humanizar e poetizar!
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