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Socorro

Rasguei minha boca pedindo socorro.

Estavam distraídos:
Engodados em seus vícios
defendendo suas terras
suas idéias argumentando
guerreando suas guerras
e o país demarcando.

Intolerantes com os fracos
aos gemidos, insensíveis
ao sangue da chacina daltônicos
Indobráveis à flor
e ao amor, cientistas!

Cultuavam seus deuses à sua imagem
adorando a si próprios
Ultra-homens com poder de fogo e glória nas mãos
incapazes da ternura nos olhos
e a fragilidade na cruz

Expostos à vitrine compravam a moda
vestiam a vaidade, esbanjavam moeda
Isolavam-se uns dos outros
virtualmente, amigavelmente
Enchiam-se do supérfluo e do superficial
e apesar do entretenimento e do ofício
andavam ansiosos, vagos e vazios...

Pagavam seus médicos e entorpecentes
Viviam morrendo, rasgando suas bocas
pedindo socorro e não os ouvia...

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