Dialética de um Vivo.
Sou tão confuso que o melhor de mim é o paradoxo
Tanto sei me expor à visita do Belo como à realidade do trágico –
às vezes insensível e outras empático
Convivo com as sensações e os conceitos
tento explicar o que sinto e sentir o que argumento
Numa sede desesperada do Carpe Diem e do Maranata
colho o efêmero e planto a eternidade
Uma parte de mim diz “glória”, a outra diz “misericórdia”:
sou pecador e santo, a bela e a fera, o espelho e a imagem
Sofro a dor do oprimido e torço a desgraça do opressor
quando o opressor não sou eu!
Sei ficar quieto e agitado, deprimido e alegre,
mascarado e do avesso, moribundo e príncipe
Quem serei, quem sou e fui?
Quem estou, estive e quem estarei?
Quem sentirei, senti, e quem sinto?
Sou agora, sou ontem, sou depois – sou um coletivo...
Sou assim: um misto de dialética nas minhas entranhas
gritando ensurdecedoramente
silenciosamente, estridentemente
suavemente como o cheiro que acabo de sentir...
Todos têm seus heterônimos ou um “eu todo retorcido”
Quem não os descobriu não viveu...
É virgem de alma e tem os poros entupidos
Tem muito para sentir, tem muito para ser
muito ainda pra se encontrar e dialogar!
Comentários
abraço cara!
Se "Dialética" for usada como pretexto para ser mal é nova era; se ela for uma espécie de raio X da minha alma verei quão grande e doce é a graça de Deus!
Um abraço, paradoxo!
E em algum ponto do infinito, os paradoxos se tocam!!!
Parabéns pelo texto!!!