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Mostrando postagens de outubro, 2006

No afã de provar o seu amor a Deus o homem deixa de provar o amor gratuito de Deus!

Deixa o Pai te amar Correria atrás do vento Pra ganhar um pouco mais Planta, colhe, junta sempre... Nem o Globo satisfaz! Minha alma, o tempo urge E de fugir é seu viver Mas tua vida, amiga, é outra: Sossegar nas mãos de Deus! Deixa o amor de Deus se aproximar Para, cala e sente o seu olhar És o bem amado seu Alvo da paixão de Deus Deixa o Pai querido te abraçar Nada mais precioso a procurar Segue o teu caminho e goza o bem Não há nada a fazer Pra ganhar o seu favor Deixa o Pai querido te abraçar O prazer é cultuado Ser feliz e nada mais Ser querido a qualquer preço É a demanda secular! Minha alma, o mundo pesa E de pesar é seu viver Mas tua vida, amiga, é outra: Pela Graça salva ser!

"Nossa alma andará inquieta até um dia encontrar repouso em Ti". (Santo Agostinho)

Enseada do Desejo Nas vielas da alma vai errante o mortal confundido no desejo embotado no saber tudo come, tudo bebe e em jejum está o ser! Alça vôo rasteiro pro infinito alcançar e se casa com estrelas distraído no olhar tudo compra, tudo guarda e falida a alma está! Somos todos atraídos pelo Imã do Amor – o motivo dessa Busca que não tem outro Fim Perderemos toda a força se outro rio nos levar se na Foz da Vida nossa vida não desaguar A saudade da Pousada nos instiga a navegar Cristo já traçou o Mapa e o Caminho Ele se fez Se olharmos em suas faces terra à vista vamos ter: a Enseada do Desejo de todos nós!

Lógico: para um Deus indizível, impronunciável, incategorizável, amor pródigo e graça desmedida!

Esdrúxulo Lógico! O sentimento divino trai a Lógica: Rasga o espaço e o tempo – Metafísica E se mistura com a raça de homens Sórdidos Cúmplice. Come e bebe à mesa com os Trôpegos Vive de um jeito bonito e Poético Fala e cura e vê com amor Inédito! O Amor de Deus é pródigo E rima rico no perdão A sua Graça é ilógica E se antecipa a toda ação! Lúgubre: Sente o cheiro da morte em Getsêmani Sofre traição, abandono e bebe o Cálice! Morre na cruz o Senhor da vida. Trágico! Cômico! Quem lamentou sua morte riu por Último Pois no domingo da Páscoa veio Incólume Cristo estancou de uma vez da morte o Tráfego!

A fé que caminha mesmo no escuro de evidências, na ausência de manifestações; a fé onde Deus basta e o milagre é viver sem milagres!

Fé Quero ter fé Bem mais que os olhos podem ver Que fica em pé Na ausência de sinais Não tem por pão A evidência e a emoção E sim a voz Do Amado Mestre Fé que não fica ressentida Se seu pedido não vingou Fé que confia no caráter de Deus Fé que acredita contra as provas Que o Pai habita entre nós E que enxerga o seu amor Mesmo quando não há luz É bom saber Que em todo tempo Estás comigo, Senhor! Nem mal, nem dor Nem sombra-morte Vai me afastar de Ti, Jesus!

O QUE VIBRA EM MIM

Eu sei desse calafrio na minha alma que põe tudo em arrepio os meus poros dilata acelera o meu pulso incha as minhas veias e adestra os meus pés para o percurso Sei da ebulição nas minhas entranhas que evapora à eternidade que com nada menor se satisfaz e por me deixar descontente rumo à excelência me coloca Conheço a fragrância que foge que persigo e não retenho que sopra quando e onde quer... ...esse gosto do bem que vai e volta, memoriando e recordando! Sei da sede de beleza que me faz Caeiro – o poeta das sensações – e me aproxima do vinho, do poente sol, do jasmim, da música e poesia e então só sei o que sinto... Sou desconceituado e silenciado e feliz! Tenho a ciência de quem põe a voz em mim a gritar inquieta, revoltosa, subversiva clamando por justiça e salvação Sei de quem reverbera em mim com todas as freqüências em enésimos decibéis, ondas e ecos desde o ponto atrás da primeira luz depois da linha fina do horizonte que não se vê a Enseada da soma dos desejos de todos os hom

O Mestre da Palavra

Jesus é o mestre das palavras. Usa-as como ninguém: metáforas, parábolas, hipérboles, ironias... Ele é o próprio Verbo que estava no princípio, fez-se carne e morou entre nós! Fico admirado com as sacadas que Jesus tem nos seus encontros com as pessoas e seu discernimento quanto ao uso da palavra. No encontro com a mulher do poço Jesus usa as palavras mais adequadas: “água da vida”, “beber”, “saciar”, “sede”, e assim redireciona a sede física da mulher (de água e de intimidade) para a sede espiritual. No capítulo 6 de João o Mestre usa as palavras “fome”, “pão”, “comida” quando o interesse da multidão era o pão material. Assim, numa rítmica pulsante cheia de arte, Jesus conduz os ouvintes à necessidade do Pão que dá vida. Na cura de um cego de nascença (Jo 9) o Poeta Maior usa as expressões “luz do mundo”, “cegos vejam”, “...os que vêem se tornem cegos” como metáfora de uma realidade que tem outros olhos... (“o essencial é invisível aos olhos!”). Enfim, as imagens criadas por Jesus, os

Eternidade

Eternidade Ó Eternidade que mora dentro de mim, de que era vem, qual civilização e a que horas?! Quem foi o seu fiador, por que de mim se agradou, Inquilino Atemporal? Como vai pagar o aluguel de tantos anos que nem sei? E como se não bastasse a inadimplência, a morte que me faz sentir quando minha obra imperfeita, minha vida contingente e minha caça apaixonada ficam sempre aquém do seu Ideal...! Mas, afinal de contas, quem deve a quem? Você mora em mim ou eu moro em você, Eternidade? Se eu moro em você, esse preço é muito alto: estar sempre descontente – (Você já soprou em Pessoa: “descontente é ser homem”); estar sempre caçando; cheirando esse cheiro do místico que me traz lembranças de casa, do jardim, do útero... Não, Eternidade! Sou mortal e isso não suporto! Mas se mora em mim por que essa ansiedade, a sede de transcendência, de intimidade com o Invisível...? Por que não me paga justamente? Não teria outro valor ou esse é o valor que a mim deve pagar se é que em mim habita?! Esto

Deus não tem receio de macular sua reputação se relacionando com o homem. Ele não deixa de ser o que é convivendo com aquele que só pode ser nEle!

Altaneiro e Compassivo Quem vive antes do sol existir atrás da vida, da água e do ar e pode se bastar? Quem teve a idéia num Ateliê de transformar o informe e o caos num jardim? Quem tem morada no além do saber e jorra fôlego, cor e calor em toda amplidão, mas por amor resolveu se inclinar e da lareira a brasa deixar e se despir de todo o elevado glamour; chegou mais perto do homem de dor. serviu de abrigo e um novo caminho lhe mostrou? Deus altaneiro que vai aos limites da eternidade; Deus compassivo que vem às ruínas da humanidade!

"Pureza de coração é desejar uma única coisa" (Sören Kierkegaard). Inspirado nessa verdade escrevi esta canção.

O Único Necessário Venha lapidar o meu querer possa meus desejos converter já sei o que pra mim é elementar mas luto contra o mal que perto está! Muitas são as fontes pra beber que distraem o meu interior de todas essas quero me abster - suspira o meu ser pelo Senhor! Tu és o meu único Desejo realmente nobre e necessário o jejum de ti é imprudência o seu rumo encontra a falência És Jesus, o Pão que me dá Vida Água que da Sede me sacia o Endereço certo da chegada Casa boa pra minha pousada!

Na versão de André Chouraqui o Salmo 65.1 é traduzido assim: “Para ti, o silêncio é louvor..." Aqui uma bossa nova para silenciar!

Silenciar Desacelera no teu coração o ritmo sossega na presença de Jesus Desacelera do compasso deste século e escuta o sussurro do Senhor Larga todo o controle que insistes em carregar obedece à dinâmica do teu viver e verás que fazer música também é pausas usar e verás que adorar também é silenciar

Nesta poesia coloquei apenas alguns dos meus eus!

Ser ou Seres Ser plenamente eu. Cosmopolitamente. Dilatado, compacto, coletivo. Líquido, sólido e gasoso. Ser o que não posso ser em outro lugar O que desisti de ser o que sonhei ser e fracassei O que não quis ser e me consolei Ser o que não posso ser Ser o que serei e ser hoje Em todas as partes e de todas as formas ser o quanto suporto o quanto existe, o quanto me caibo - Uma praia de existência! Ser o que escolho, o que me escolhem ressiginificando, adequando, revoltando... Ser do outro e de mim a partir de mim e do outro Ser original e plagiador Com vários olhos, lentes e biografias lançando mão de todos os léxicos, enciclopédias, jornais e revistas Ser todos os poetas, músicos, romancistas teólogos, filósofos, historiadores, educadores em ebulição dentro de mim Ser de todas as tribos, raças e exércitos ser do globo e do meu quintal... ...É a licença da poesia a arte da esquizofrenia!

Esta música em 7/4 pretende inspirar uma leitura da Bíblia com mais imaginação!

Casa da Imaginação Ouça a Voz após as letras Ouça atrás e mais que as linhas Ouça além lá bem no fundo o que diz nas entrelinhas Soa o quê se lê uma frase? Tem um tom e som e imagem ou é só o pó de sempre sem quimera e nem saudade? Vá à Casa da Imaginação conduzido pelo Verbo e visite à cena, espaço e cor emprestados pelo Mestre Trocadilhos e parábolas verso em prosas e metáforas Sua Voz não quer perdida num papel impresso e lida quer vibrar no corpo inteiro Ouça quem tiver ouvidos! Vá à Casa da Imaginação...

Esta é uma bossa nova cheia de desejo pela Realidade Última!

Desejo De onde vem esse Eco mensageiro anos luz? De carona na brisa Dá um beijo em meu rosto e se vai... Qual sabor agridoce é o gosto desse bem Que me inclina pro Belo, amizade e amor Faz de mim colibri, um poeta e cantor Quando foi o start da força que arde em mim? E esse cheiro gostoso que acabo de sentir Semelhante a folhagem Do jardim de um lugar do além... E a saudade que aperta o meu peito aqui e ali E me lembra a Viagem que estou a fazer O Endereço, quem é, onde está, é o que? Peregrino eu sou e o Repouso desejo encontrar... E essa fome que há em meu peito a gritar De que pão será? Onde posso comprar? E a alma a dizer que precisa beber De outra fonte, a Água da Vida Creio que é tudo indicação, sugestão De um Desejo mais nobre do ser Que não encontra na terra satisfação Sede de Alguém que nos fez e quer bem nEle mora o sentido do ser e existir Ele é o Criador que de nós se aproximou, é Jesus!