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Minha homenagem e gratidão aos poetas!



O poeta é um cristo que morre sem fazer ideia da repercussão das suas palavras. 

A despeito disso, sai a semear palavras generosamente. Profusão de sementes. Porque a esperança do poeta não é a glória, mas a sua vocação. O fazer poético é já a glória. No tempo do cio poético ele faz amores. E esses amores transcendem sua expectativa, o seu objeto, o mercado e o tempo. A poesia é maior que o poeta.

Como canta Milton Nascimento, os poetas “fazem quatrocentos mil projetos, projetos, projetos/ que jamais são alcançados, cansados, cansados/ nada disso importa enquanto eles escrevem, escrevem/ escrevem o que sabem que não sabem/ e o que dizem que não devem.”

O poeta não percebe, mas está polinizando a vida com palavras e imagens, ventilando ideias com sons, fazendo terapia com símbolos, antecipando o futuro com metáforas, promovendo encontro com o sagrado.

O poeta é um utópico, profeta e sacerdote. Morre mudo e muitas vezes sem fé, mas não sem ter amado e prestado atenção à vida.

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