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Mostrando postagens de março, 2011

Eduardo Giannetti no livro "Auto-engano"

"Nem sempre o que era desconhecido, mas veio a tornar-se conhecido, restringe-se à descoberta de coisas que são meramente complementares ao estoque de saber preexistente. A tensão entre o antigo e o novo - entre o estoque e o fluxo na busca de conhecimento - gera surpresas e anomalias. O novo conhecimento gerado pode alterar radicalmente o nosso entendimento acerca da natureza do saber preexistente e do seu valor de verdade. O conhecer modifica o conhecido. O desconhecido é uma bomba-relógio tiquetaqueando e pronta para implodir (ou não) o edifícil so saber estabelecido - uma ameaça pusando em tudo o que se mantém de pé. Certeza absoluta, portanto, não há. Afirmá-la seria negar que o desconhecido seja desconhecido. Seria supor a) que a fronteira máxima e intransponível do conhecimento foi alcançada ou, no mínimo, b) que o que falta conhecer é necessariamente "bem-comportado", ou seja, alguma coisa aditiva e não subersiva vis-à-vis o saber preexistente. A primeira hipótes

Oração atribuída a Nietzche traduzida por Leonardo Boff.

Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para frente uma vez mais, elevo só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo. A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras: “Ao Deus desconhecido”. Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos. Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quero servir só a Ti. Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Trecho de Cartas do Inferno, de C.S. Lewis

Você deve ter ser perguntado muitas vezes por que o inimigo [Deus] não usa com mais frequência o poder de se mostrar sensivelmente presente nas almas humanas em qualquer grau que ele queira a qualquer momento. Mas agora você percebe que o irresistível e o indisputável são as duas armas que a própria natureza da sua estratégia o proíbe de usar. Para ele seria inútil apenas anular a vontade humana (pois isso certamente aconteceria se a sua presença fosse sentida num grau superior ao mais tênue e ao mais mitigado). Ele não pode arrebatar. Pode apenas cortejar. Pois a sua detestável ideia é ter os dois pássaros na mão e nenhum voando; as criaturas devem ser um com ele, mas devem assim mesmo permanecer elas mesmas; meramente anulá-las, ou assimilá-las, não servirá... Mais cedo ou mais tarde ele retira todo apoio e todo incentivo, se não de fato, pelo menos da consciência das suas criaturas. Ele deixa a criatura andar com as suas próprias pernas – para cumprir com base apenas na vontade deve