Eu sou todas as minhas invenções. Tudo o que crio e o que penso tem o meu desejo e suor. Eu sou as minhas dúvidas e as minhas verdades os meus credos e preconceitos. As minhas angústias, soluços, calafrio os meus bosques misteriosos, os meus rios turvos os outonos boa parte do ano, tudo sou eu. Eu sou a minha metafísica e a minha imanência o meu medo da morte e a minha reinvenção. Eu sou os meus amores e paixões. Eu sou a doença que inventei os remédios que tomei os livros que li. Eu sou a invenção de mim e a sua projeção. Minha visão de mundo eu mesmo fiz com o que recolhi do Universo. E só recolhi do Universo aquilo que já era eu. Eu sou a fome de mim a liberdade e a reticência... Está tudo em casa! Márcio Cardoso