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Mostrando postagens de maio, 2011

Dilatação

Eu sou tantos dentro de mim que quase me explodo Eu só me caibo Graças ao meu coeficiente de dilatação Mesmo assim, quando eu me dilato, Uma outra possibilidade de mim se impõe Quando o meu corpo esfria Este quase eu, que se esboçava, Para não escapar pelos meus poros Se divide entre os outros Alterando a sua substância E nessa dinâmica Cada vez que eu me divido eu me multiplico.

A vida sem ensaio

Eu tenho consciência de mim Aliás, essa consciência já sou eu (Ou um outro eu?...) Às vezes fico a me assistir Como quem vê um filme em 6D Às vezes sou um diretor Que em tempo real Interfere no protagonista (que sou eu!) Mas tudo é improviso. Tudo é online Nada é ensaio – Apesar de que, enquanto a vida roda, Meu protagonista, que sou eu, é frio e calculista – Nenhum script nos foi dado A essência se confunde com o ir existindo Vivemos a construir o instante (mesmo quando pausamos) No grande tablado que é a vida humana.