O que eu digo quando digo “Deus”? Cada palavra nos remete a uma experiência; trata-se de qual experiência? A experiência de Abraão? De Moisés? De Jesus?... Não se fala de Deus em lugar algum da Bíblia. Evocamos com pudor, às vezes com temor, YHWH, o Tetragrama impronuniciável que designa essa realidade, para além e para o interior dos universos, esse “Nada” do Tudo cuja Causa é Ele... Para Moisés, é um “Eu Sou”: a afirmação de uma presença, não nascida, não feita, não criada, no coração daquilo que é feito, nascido, criado, composto. Sua realidade é inconcebível e seu Nome, impronunciável. No entanto, se fizermos a experiência do nosso nada após um abandono (não ser mais nada pra alguém) ou um acidente, nós poderemos nos interrogar sobre “o Ser que nos faz ser”, que permite que participemos durante algum tempo da Vida e do seu Sopro, já que a nossa vida só depende de um sopro... Se Deus não é para nós uma experiência, uma liberdade no coração de nossos condicionamentos, uma leve brisa